quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Sobre o saber e o não saber

Não adv.1. Indic. de negação (antôn.: sim). 2. Partíc. de privação ou ausência, us. com valor prefixal. 3. Negativa, recusa.


Sa.ber v.t. 1. Ter conhecimento ou informação de. 2. Ser instruído; conhecer; compreender. 3. Ter capacidade para; conseguir. 4. Reter na memória; decorar. 5. Ter certeza de. 6. Ter sabor ou gosto. Int.7. Ter conhecimentos; ser erudito ou entendido. S.m. 8. Sabedoria; erudição.


A sabedoria é a qualidade do sábio (obviamente) e, de certo modo, durante nossa vida buscamos sempre ser mais sábios. Talvez a palavra busca não seja a mais apropriada, pois a sabedoria também surge de forma mais espontânea e não premeditada, enquanto as horas passam e os dias ficam pra trás, enquanto enfrentamos as mais diversas situações que aparecem em nosso caminho, enfim, enquanto vivemos.
Então há dois tipos de conhecimento: 1º - Aquele que pode ser adquirido com o estudo, por exemplo. Este conhecimento está contido em livros dos mais diversos assuntos. É o conhecimento que podemos buscar literalmente, que sempre estará lá nos esperando. Basta ter sede pela sabedoria e procurá-la, talvez, numa estante qualquer. É uma sabedoria adquirida de forma tangível. 2º - Aquele que só aparece conforme vamos vivendo. Conforme passamos por certas experiências e, de alguma forma, absorvemos algo de nossas vivências. É a sabedoria que não está ali, estática, nos esperando, e é adquirida de forma intangível. Não está dentro de um livro, de uma revista, de um texto qualquer. Está vagando por aí de forma silenciosa e num profundo sossego, esperando que alguém tropece nela.
E essa tal de “sabedoria não premeditada” não se apresenta para todo e qualquer indivíduo. Aliás, pode até ser que sim, mas nem todos conseguem observá-la em seu movimento silencioso. Talvez por falta de consciência ou reflexão, mas ainda acredito que o problema esteja no tato, e então não se tem habilidade para sentir a verdadeira forma das coisas, a textura e a temperatura. Sem rodeios, o tropeço não é, e nunca será, sinônimo de aprendizagem.
Embora os dois tipos de conhecimento nos tornem indivíduos instruídos e, além disso, nos enriqueçam como ser humano, ainda existe algumas coisas que eu não queria saber e outras que eu nem queria sentir. Digo isso em relação à informações, bem como às silenciosas lições que a vida nos ensina. Queria pensar menos, na verdade. Queria sentir menos também. Excesso de consciência talvez não seja um triunfo que mereça aplausos veementes e ovação, e sim um masoquismo mais do que desnecessário. O saber tem suas vantagens, mas o não saber também tem as suas. E eu optaria por não saber, às vezes.

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