A história do nascimento de Jesus, que foi concebido num estábulo, após ter sido anunciado por uma estrela guia e recepcionado pelos Três Reis Magos como um Rei, vem sendo apagada pelo tempo, pois sequer lembramos por que nos reunimos na noite de Natal. Aliás, sabemos: para comer, beber e trocar presentes. E assim, como essa história muitas outras histórias o homem vem perdendo com o tempo.
A própria ambição do homem, a corrida pelo poder, a busca por felicidade no mundo da ilusão, vem apagando da memória as verdadeiras histórias. Ganhamos celulares, mas estamos mais solitários. Ganhamos as relações cibernéticas, mas perdemos o calor humano. Ganhamos "status", mas perdemos a ética. Na corrida desenfreada por todos esses falsos ganhos, deve ser natural que muitas histórias sejam perdidas.
O mundo externo passou a ser mais importante que o nosso mundo interno. Falar em mundo interno é reconquistar nossa verdadeira identidade e recuperar nossa verdadeira história. O quanto era gostoso enviar e receber cartas pelo correio? O quanto era gostoso na véspera de Natal visitar os vizinhos e compartilhar a alegria dessa noite? O quanto era gostoso compartilhar a nossa ceia? O quanto era gostosa a nossa vida? E hoje encontro pessoas que dizem: "Não vejo a hora que passe toda essa loucura de Natal". Incrível como reduzimos nossas histórias e passamos a viver tão esgotados e infelizes.
Que nesse Natal possamos resgatar o verdadeiro propósito e experimentar o seu verdadeiro significado. O significado de sermos mais amorosos, benevolentes, tolerantes com o próximo. Que possamos recuperar o amor por nós mesmos e dessa forma poder amar o próximo. Compartilhar a alegria de simplesmente estar vivo.
(Abaixo, quatro fotografias tiradas por mim. A primeira na cidade de Canela, na casa do Papai Noel. As demais em Gramado. Ambas cidades situam-se na Serra Gaúcha).