sábado, 25 de setembro de 2010

Primavera (em duplo sentido)


A primavera chegará, mesmo que ninguém mais saiba seu nome, que alguns duvidem, mesmo que não se acredite no calendário ou nem se tenha um jardim para recebê-la.
Mas é certo que a primavera chega. É certo que a vida não fica esquecida num branco e gelado inverno.
Algum dia, talvez, nada mais vai ser assim. Algum dia, talvez, os homens terão a primavera que desejarem, no momento que quiserem, independente deste ritmo, desta ordem, deste movimento do céu.
E, então, os pássaros serão outros, com outros cantos e outros hábitos. Os ouvidos que, por acaso, os ouvirem, não terão nada mais com tudo aquilo que, outrora, se entendeu e se amou.
A inclinação do sol marcará outras sombras.

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