terça-feira, 6 de julho de 2010

Lembranças: Resquícios inanimados do passado

Lem.bran.ça s.f. 1. Ação ou efeito de lembrar (-se). 2. Memória; recordação; reminiscência.

São tantas. Todas são formadas por vivências. Vivências as quais subentendem-se relações. E é isto que forma o que somos. Eu sou o resultado do que escolhi absorver em relação às circunstâncias que vivi, pessoas que encontrei, momentos que existiram. E é isso que forma as minhas lembranças, estas sendo agradáveis ou não.

Têm as boas, mas também têm as ruins. Têm aquelas das quais sentimos saudades, que daríamos tudo para não ser uma simples lembrança: um amigo; um dia especial; um pequeno momento perdido nas incontáveis horas vividas; um sentimento, talvez. Têm as outras pelas quais pagaríamos para serem apagadas da nossa memória: um amor mal resolvido, de repente; uma daquelas “derrotas” que existem em qualquer jornada; pessoas (ah, as pessoas... às vezes queremos esquecê-las mesmo); coisas “mornas” que não causam nem dor, nem alegria, e, por isso, não merecem fazer parte de nossa biografia.

O fato é que, embora sempre se queira apagar algo da memória, esse algo fica, fica e fica. Sem dúvida há alguma explicação científica para tal fato. Não me pergunte por que as coisas são assim. Eu também lembro de muitas coisas que quero esquecer. Como seria fácil se pudéssemos apagar as lembranças da mente, como se apagam arquivos de um Pen drive: Procure o arquivo, clique com o botão direito, excluir, sim e fim. Simples, rápido e prático. Mas não é assim.

Hora é um sentimento de falta que aparece quando algumas fotografias perdem seu lugar na gaveta e são apreciadas. Hora é uma tristeza imensa por não poder ter realizado tudo que se queria como alguma personagem que apareceu, por hora, em nosso caminho... Um sentimento de “missão não cumprida”; de que algo faltou: Um sabor. Um cheiro.

Às vezes o sentimento provocado por lembranças é tão bom, mas tão bom mesmo, que queríamos poder voltar no tempo e viver tudo de novo, bem devagar, com a mínima pressa, apreciando cada milímetro, cada segundo, de forma intensa. Intensa, viva, ativa, veemente. Ou queríamos poder criar um replay para que tudo se repetisse no presente. Nem sempre é possível. Querer não é sinônimo de poder.

E, enquanto for assim, vamos nos satisfazendo com as lembranças, que nos são possíveis. Vamos tentando esquecer algumas, ao mesmo tempo em que apreciamos recordar de tantas outras. E os dias passam, as horas ficam para trás. Novas vivências condicionam novas lembranças. É uma bola de neve.

Um comentário:

Jonas Sckazinski disse...

Oi... todo mundo já passou por isso...

Assista "Brilho Eterno de Uma Mente sem Lembranças"

Ele trata exatamente disso! Beijão!